por Tales Nunes
Não existe mais noite, o céu foi encoberto por claridade ofuscante.
Música e canto se separaram.
A fala tomou conta de tudo, muda repetição.
O corpo, contido por narrativas mortas, escondeu sua nudez, não sabe mais tocá-la. Por isso tantos espelhos. Todos se buscam e, no caminho, não se veem.
O desespero e o desamparo evocam Deus como solução para a solidão, pedem por um sentido e se alegram quando ganham uma prece pronta.
Antes fosse o êxtase a cantar o ímpeto, a entoar a poesia que sente nascer das intensidades da Vida.
Tales Nunes