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A Poesia cura a pressa do olhar

Diagnóstico de um tempo de pressa

 

A pressa desembestou a correr,
correr, correr, correr
em busca do que se encontra na calma.
A pressa se prendeu no corpo,
se emaranhou nas mãos,
se agarrou nas pernas,
fez vendaval na fala.
Então o olhar se desposou da alma.
Até uma lágrima solta ela prendeu.
A pressa apressou que cansou,
mas já havia desaprendido a sonhar.

 

A poesia cura a pressa do olhar

 

Leia um poema por dia
sentado à beira do Mar.
Caminhe sem rumo, sem hora.
Ore, no silêncio da alma.
Olhe a Lua, o Sol, olhe.
Decante o instante no olhar.
Solte a culpa, deixe-a voar.
Respire fundo e fale manso.
E se demore, se demore imenso
no tempo de amar.
(Tales Nunes)

 

Florianópolis, 07 de novembro de 2017.

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Tales
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