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Essência da Bhagavad Gītā – capítulo IV

Foto de Tales Nunes
Capítulo IV- O conhecimento e a renúncia da ação

Este capítulo começa falando sobre a importância do conhecimento. A grandeza e o encantamento que é esse conhecimento. Pois esse conhecimento nos revela tudo o que nós desejamos ser como algo que nós já somos.

Para esse conhecimento do Ser, é necessário um meio de conhecimento. Apenas uma meditação, prāṇāyāma, āsanas não são suficiente para o reconhecimento de quem realmente sou. Porque dentro de mim tenho a sensação de que sou limitado e carente. Apenas através de vislumbres eu tenho a experiência de uma completude, de um ser pleno. Mas eu não sei como chegar a esse ser pleno.

Para o conhecimento claro da minha natureza livre de limitação, essa tradição de ensinamento existe. Tradição de ensinamento quer dizer que tem uma pessoa que estuda, que se torna mestre e ensina para outra. Não tem como dizer quando teve início esse conhecimento. Quem veio antes, o pai ou o filho? Não tem como saber.

Essa tradição se chama paramparā. É um meio de conhecimento em forma de palavras.

E o que esse conhecimento faz? Diferente da ação, que cria algo novo, o conhecimento revela algo que já está ali. Revela a natureza do Ser, que é plena, eterna.

O processo desse conhecimento promove uma mudança cognitiva no indivíduo que se via incompleto e isolado do mundo. Ele vai conduzir você ao entendimento de quem você é. O reconhecimento final de que você é eterno, livre de limitação. Isso já é alcançado, você já é. Não precisa de nenhuma ação de purificação para reconhecer isso.

Existe um processo de preparação da mente para a assimilação desse conhecimento. O que impede essa assimilação, como vimos, são os rāgas e dveṣas e a insistente visão de si mesmo como carente, como limitado.

A reverência, a entrega do ego, é essencial para que o conhecimento seja assimilado. E Kṛṣṇa fala que se o aluno tiver essa entrega, e pedir o ensinamento, os mestres darão o ensinamento. Quando a pessoa deseja o conhecimento ela faz o que for necessário para se expor ao conhecimento. A pessoa tem o valor pelo ensinamento e pela tradição.

Essa atitude é importante porque não existe nada tão grandioso quanto o conhecimento. Não existe meio tão purificador como o conhecimento. Porque ele é aquilo que liberta você do sentimento de limitação, de impureza.

Adiante, então Kṛṣṇa retona o assunto da renúncia e a ação. Verdadeiramente quando falamos em renúncia é a renuncia do agente da ação, a renúncia de me ver como o agente das ações.

O que quer dizer isso?

Para isso é necessário um conhecimento, eu preciso saber o que é o agente da ação e o que não é o agente da ação. A renúncia equivale a conhecimento. Não ação é diferente de renúncia. A não ação não é uma opção, é um estado de ser.

Kṛṣṇa encerra o capítulo dizendo:

“Ó Arjuna, as ações não aprisionam aquele que renunciou às ações através do Yoga, cujas dúvidas foram eliminadas através do conhecimento, aquele que tem controle sobre si mesmo”. (41)

“Portanto, com a espada do conhecimento, destruindo a dúvida sobre si mesmo, que nasce da ignorância e está no coração, ó Arjuna, siga o Yoga”. (42)

*Resumo feito por Tales Nunes a partir das aulas da Essência da Gītā da professora Gloria Arieira.

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Tales
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