• Search
  • Lost Password?
Yoga, Poesia, cursos, reflexões, pensamentos

Essência da Bhagavad Gītā – capítulo V

Capítulo V –   A renúncia da ação

O capítulo anterior falou sobre a não ação. Sobre a renúncia como parte da sociedade védica, será falado neste capítulo. A tradição dos Vedas tem um valor pela renúncia, porque o renunciante é uma pessoa que se dedica exclusivamente ao estudo, isso é uma coisa bastante difícil, não é fácil.

Sannyāsa – uma renúncia muito bem resolvida, completa. Você deixa de lado alguma coisa, por opção

Existem três tipos de renúncia:

Vividiṣa Sannyāsa – A pessoa passa por um ritual de renúncia dos papéis sociais. A pessoa aposta que através desse estilo de vida ela vai adquirir o conhecimento. Porém ele ainda não adquiriu.

O ritual de sannyāsa é um ritual de fogo, a pessoa tira suas roupas e veste uma roupa laranja. O laranja representa o fogo e o conhecimento. No ritual a pessoa frente ao fogo diz: “eu renuncio para o conhecimento, para estudar”.

“Que todos os seres não tenham medo de mim, eu não estou no mudo para competir com ninguém, eu não desejo o posto de ninguém, eu não quero nada de ninguém, eu simplesmente quero viver a vida de forma mais simples possivel, não tenham medo de mim porque eu não serei ameaça para ninguém, jamais farei qualquer tipo de ação que possa prejudicar alguém, que cause danos a alguém. Eu vivo com o que me aparecer a cada dia, não posso ficar acumulando coisas. Todas as mulheres são minhas mães.”

Āpat Sannyāsa – Existe um tipo de renúncia que acontece no momento em que a pessoa está próxima da morte e ela sente que gostaria de ter sido um renunciante. Então, no leito da morte, vem um renunciante e faz o ritual de renúncia com ele dando um nome (…ānanda) qualquer e ele se torna um renunciante e morre como um renunciante.

Vidvat Sannyāsa – A pessoa já adquiriu o conhecimento de reconhecimento de Brahman. Com esse conhecimento ele renunciou à ignorância, ao apego, independente do estilo de vida que ela leva.

Arjuna queria Vividṣa Sannyāsa ao invés de Karma Yoga. Kṛṣṇa tenta mostrar para Arjuna que a melhor renúncia de todas é Vidvat Sannyāsa.

Arjuna não estava conseguindo entender a diferença entre as renúncias. Ele achava que Vividṣa Sannyāsa significava a própria libertação. Mas não. Pode ser um caminho ainda mais difícil porque a pessoa não está exposta às situações que iriam fazê-la amadurecer e aprender. Tanto a renúncia quanto Karma Yoga trazem a libertação, plenitude. Porém entre os dois Karma Yoga é muito melhor.

A pessoa que é sempre renunciante, está livre de rāgas e dveṣas. No sentido de que não há a projeção da sua felicidade para alguma situação no futuro. Essa pessoa consegue lidar com a dualidade. Se a pessoa não tem esse estado naturalmente, é melhor fazer Karma Yoga.

O sábio é aquela pessoa que sabe que não faz nada. Vendo, escutando, tocando, andando, comendo, dormindo, falando, pegando, fazendo todas as ações ele sabe que todas as ações são feitas pelos seus órgãos atraídos pelos objetos. Mesmo na ação o sábio sabe que ele não faz nada, porque Ātman nada faz. A não ação é o estado de ser do Ātman e não a renúncia à ação.

Arjuna escuta isso, mas não quer ouvir. Então ainda nesse capítulo ele entra no tema da meditação, assunto que tomará o próximo capítulo, e cessa o assunto da renúncia. Mas como Arjuna não tinha assimilado essa questão, ele a retoma no último capítulo. O que indica que o assunto, apesar da explicação detalhada de Kṛṣṇa, ficou pendente para Arjuna.

*Resumo feito por Tales Nunes a partir das aulas da Essência da Gītā da professora Gloria Arieira.

Written by
Tales
View all articles
Leave a reply

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Written by Tales