por Tales Nunes
O yogi é aquele que é livre do poder, está imune a ele. Simplesmente porque descobriu algo mais grandioso, a Vida. Descobriu-se como a Vida.
Na Vida, o poder não opera. Ela é regida por encontros, por inteligências, por intensidades. O poder é a busca dos fracos, dos que se apartaram da Natureza, dos espíritos pobres de Vida. Aqueles que precisam subjugar para sentirem algo. Não suportam a liberdade, pois estão presos aos próprios impulsos e paranóias. Por isso precisam se agarrar à moral.
O yogi, a yogini não precisa da moral porque é livre, tem a sabedoria de lidar com as próprias demandas. A sua ética é a liberdade. A sua liberdade é a ética. Ambas entendem os limites e as possibilidades da Vida.
O yogini é sempre nômade, como um rio, o seu pensar e o seu agir seguem o curso da Natureza. Ele se relaciona com as intensidades da Vida de coração aberto, porque não se prende a nada.
Sua Vida, sua própria existência está fundada na beleza, por isso ela se torna combate onde há injustiça e desamor. Suas armas são o corpo, o pensamento, a arte, a alegria e o Amor.
Tales Nunes
Imagem de Debarata Sarkar