Em toda viagem há um chamado, uma partida, uma transformação e um retorno. Uma força, consciente ou inconsciente, nos impu-lahiona a algum lugar. Nesse impu-laho, a pessoa que retorna não é a mesma que partiu. A nossa postura de viajante, de abertura para o novo, promove o contato. O contato com o outro e do outro enriquece a nossa forma de ver o mundo. Vislumbramos outras maneiras de ser na vida. Como diz Schlegel: “É por isso que, certo de reencontrar-se, o homem sai de si mesmo para se buscar e encontrar o complemento de seu ser no mais íntimo da profundidade do outro. O jogo da comunicação e da aproximação é sentido e força de vida”. Quando retornamos, não somos mais os mesmos e tampouco voltamos para o ponto anterior, pois este não existe mais, mudou em nós e para nós. O mesmo autor diz: “O nosso verdadeiro lugar é aquele ao qual sempre retornamos, depois de percorrer os caminhos excêntricos do entusiasmo e da alegria, não aquele do qual nunca saímos”.
Então, caro amigo, atente-se, pois uma viagem se inicia ao abrir os olhos todos os dias!
(Tales Nunes)