por Tales Nunes
O Yoga é uma prática profundamente física. Tão profundamente física que deixa ser ser material e alcança as esferas mais sensíveis da nossa existência. Intensidade que apenas a delicadeza consegue tocar.
Além disso, o Yoga é uma caminho muito vasto de conhecimento. A filosofia, na Grécia, era definida como “o amor ao conhecimento”. No Yoga não é diferente. Portanto, o Yoga é uma prática física fundamentada em um comprometimento sincero com o conhecimento.
O fundamento de qualquer conhecimento é nossa abertura para aprender. A curiosidade é uma abertura em si. Ser curioso é estar aberto. Estar aberto é ser capaz de escutar. Escutar a natureza, as pessoas, escutar o corpo, escutar a vida.
Parte do Yoga é o cultivo constante dessa abertura da escuta através da meditação, seja sentado, seja no ásana. A escuta é o fundamento da contemplação. Contemplar é estar junto, ser junto. Nesse ser junto, conhecer, aprofundar-se. Aos poucos, o próprio conhecimento do Yoga vai nos mostrando que essa abertura, plena abertura, é o que nós somos essencialmente.
O ser é uma abertura em si. Ser para o mundo é estar aberto para o mundo. Quanto mais nos abrimos para o mundo, mais conhecemos. Quanto mais conhecemos, menos conhecemos. A simplicidade é a qualidade natural que nasce do conhecer. A simplicidade de ser vazio, como uma vazo pleno de abertura. A simplicidade da amizade com a vida. É na amizade que o outro se abre diante da abertura que somos. Então podemos nos ver. Quando realmente nos vemos, isso é amor. Conhecimento e amor são inseparáveis.
Tales Nunes