por Tales Nunes
Uma flor não é apenas uma flor, é símbolo de florescimento e do desabrochar da beleza em cada um de nós. O lótus, nesse sentido, é especial, pois, do lodo, nasce incrivelmente bela. Das águas mais improváveis, das aparentemente menos atraentes e mais escuras brota estonteante beleza. Ela não se abre até chegar à superfície, não reconhece a sua beleza até sair da própria escuridão e encontrar a sua luz, o sol que em todos nós aguarda ser descoberto. O lótus é a mandala da Vida. O convite de Lakshmi para a descoberta do próprio amor e seu oferecimento para o mundo. Em meio à dualidade, à aparente escuridão, uma beleza especial floresce para nos lembrar que a beleza está em tudo. Para nos inebriar e nos fazer reconhecer que a beleza é uma súbita apreciação do encantamento da vida. Um enlace de liberdade que dissolve o “bonito” e o “feio” no belo, a “dor” e o “prazer” na unidade da abertura amorosa. O lótus é o mais puro símbolo do amor, é a própria Lakshmi que ilumina os recantos obscuros de nosso coração e une o nosso olhar na apreciação da Vida como uma grande brincadeira cósmica.
Tales Nunes
*foto de Tales Nunes